sábado, 4 de maio de 2013

Terno e Gravata, pra quem precisa?

Se roupa fizesse o homem e comprovasse a honestidade de alguém, a grande maioria dos políticos de nosso país teria de andar pelados. Digo isto porque considero ridícula a tal da obrigatoriedade do uso de terno e gravata em algumas ocasiões festivas, como também em reuniões de parlamentares, em audiências forenses etc. Não é pelo fato de uma pessoa estar “embrulhada” num traje chique que ele comprovadamente seja do bem. E vamos partir da premissa de que hoje a grande maioria dos ladrões, que atuam em agências bancárias, nos aeroportos e nos hotéis de luxo, usam terno e gravata para a prática do delito. Recentes reportagens comprovam este fato, quando filmagens foram feitas de “homens de preto” roubando notebooks, jóias, malas e bolsas nesses locais. E justamente usam esta roupa pela cultura de que “ladrão e pobre só andam mal vestidos”. O que é um ledo engano.

Vamos começar em nossa casa, João Monlevade, onde há anos foi aprovado um projeto que obriga que os senhores vereadores usem ternos e gravatas durante as reuniões ordinárias e em solenidades festivas. Houve até quem criticasse o vereador José Lascado que, durante a sessão solene de segunda-feira, realizada no Teatro Antônio Gonçalves, para prestar homenagens a várias pessoas, não estaria vestido de acordo. Ou seja, “não estava alinhado” como mandava o figurino. E daí? Tudo bem que você se veste de acordo com o ambiente, ou seja, jamais devemos ir a uma festa de casamento de chinelo de dedo, bermuda e camiseta. Não estou aqui querendo extrapolar nenhuma etiqueta. Agora, o vereador estava de calças compridas, camisa social e sapatos. Portanto, não desrespeitou a ninguém. Isto é minha opinião. Acho isso tudo de obrigar a usar terno e gravata uma grande hipocrisia.

E, só para encerrar, data-vênia, há um projeto tramitando no Congresso que pretende abolir a obrigatoriedade do uso de terno em audiências nos fóruns, dando a liberdade de o advogado usar apenas uma roupa social. Afinal, moramos num país tropical e onde a temperatura é sempre elevada. E, como fez um dia o juiz trabalhista de Monlevade, Dr. Godinho, de chamar a atenção de um advogado porque o mesmo repreendia o seu cliente que usava chinelo de dedo em uma audiência. O juiz autorizou prontamente a sua entrada na sala de audiência. Não é porque a pessoa é simples, residente em zona rural, que terá sua entrada proibida porque usa chinelos. Atitudes assim são corajosas e merecem aplausos, por vencer este nosso sistema tão preconceituoso. 

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