quarta-feira, 30 de outubro de 2013

É Proibido proibir, caros intelectuais dos anos de ditadura!

A pimenta só é boa quando arde nos olhos dos outros. Do contrário, é refresco. Observando a polêmica em torno do assunto que trata das biografias de artistas e outras celebridades, e cujo projeto está em pauta no Congresso Nacional, permitindo que elas possam ser escritas sem que, obrigatoriamente, as pessoas biografadas tenham de dar autorização ao autor, vejo o quanto são incoerentes alguns de nossos ex-defensores da liberdade de expressão. Isto em razão do Grupo criado com o nome de “Procure Saber”, liderado pela atriz e promotora musical Paula Lavigne, ex-mulher de Caetano Veloso, e que defende a proibição de biografias que não contém a chancela prévia dos biografados, o que impediria, na prática, a revelação de episódios contrários ao interesse do personagem.  Um exemplo ocorreu com o ilustre Rui Barbosa, um dos maiores escritores e intelectuais deste país que, quando ocupava uma cadeira no Senado, usou da Tribuna para criticar a vacina criada pelo cientista Oswaldo Cruz, contra a varíola, uma doença que matou milhares de brasileiros no início do século passado. Na oportunidade, Rui Barbosa considerava um atentado ao moral o fato e a mulher oferecer o braço para receber a vacina.  A sua manifestação provocou grande reação e Oswaldo Cruz chegou a ser perseguido, porque o governo obrigou que toda a população tomasse a vacina. Logicamente que, fosse hoje, jamais Rui Barbosa queria que tal fato fosse narrado em sua biografia. Mas foi um caso real.

E hoje assistimos à incoerência e intolerância de alguns artistas, antes símbolo contra a ditadura militar. Tanto que assinam como membros deste grupo, os cantores e compositores Caetano Veloso e Chico Buarque, autores de músicas que tanto simbolizam a luta pela liberdade de expressão no Brasil, como “É Proibido Proibir” e “Cálice”, respectivamente. No momento, eles foram para o outro lado da vidraça. Tal decisão surpreendeu fãs e colegas de ofício. Este é o país das incoerências e de paixões absolutistas, como quando um grupo desses artistas, considerados os intelectuais que apoiavam Lula para presidente, no início do ano 2000, quase crucificaram a atriz Regina Duarte pelo fato de a mesma ter declarado apoio ao presidente Fernando Henrique Cardoso. Ou seja, esses mesmos artistas que não podem aceitar posições e opiniões distintas, por se acharem os “representantes legais de uma democracia” (e olha que muitos deles já mudaram de lado após os governos petistas entrarem em ação), estão agora no direito de criar um movimento que tem por objetivo proibir, censurar, biografias de personalidades. Existe lei para defendê-los, ou seja, caso a pessoa biografada se sinta ofendida, em todo o direito de reclamar na justiça. Mas jamais censurar, proibir, como fez o cantor e compositor Roberto Carlos, que proibiu a venda do livro que descreveu a sua biografia, com grande prejuízo ao autor da obra, e agora dá uma de bom menino dizendo aprovar o projeto que tramita no Congresso. Fazendo média, apenas.


Chega de tanta hipocrisia. Basta!

segunda-feira, 14 de outubro de 2013

Reunião debate projeto que beneficia famílias carentes

No início desta semana ocorreu uma reunião entre o vereador Vanderlei Miranda (PR) e representantes de movimentos populares para debater o projeto de autoria do Executivo, datado fevereiro de 2012, e que tem como objetivo autorizar a Prefeitura a legalizar áreas públicas ocupadas por famílias de baixa renda, inseridas no programa habitacional do município. Este projeto foi desarquivado pelo vereador e aprovado em primeiro turno por unanimidade em reunião ordinária no dia 18 de setembro.

A reunião desta semana teve a presença do ex-vereador e membro do Movimento Moradia, Antônio Contrapino Miranda; de José Nino Tavares e José Gomes de Araújo Filho, também representando o Movimento Moradia; do pároco da Paróquia Nossa Senhora da Conceição, Padre Jorge Teixeira; do pároco da Paróquia São Luiz Maria de Montfort, Padre Martino e do procurador jurídico da Câmara, Silvan Pelágio Domingues.

Segundo Vanderlei, o encontro foi para discutir melhorias do projeto do Executivo, já que existe projeto semelhante, de iniciativa popular. O objetivo é complementar as ações, para que o projeto satisfaça a necessidade da população. Ainda segundo o vereador, as partes vão se reunir novamente esta semana, para dar prosseguimento às discussões e finalizar a proposta, que será colocado em votação em segundo turno. “Esperamos de fato que esta ação beneficie inúmeras famílias em nossa cidade”, concluiu Vanderlei.


Lideranças religiosas e do movimento de moradia se reuniram na Câmara na semana passada

(Foto: Cintia Araújo)

quinta-feira, 3 de outubro de 2013

Pra não dizer que não falei dos covardes que se escondem atrás dos perfis falsos


Não será novidade o que irei debater agora, neste espaço. Afinal, tanto em meu Blog quanto no Facebook, sempre bati nessa tecla, que é o de escancarar a minha indignação contra esses covardes que se utilizam de perfis falsos nas redes sociais, para atacar as pessoas ou entidades. Gente sem vergonha na cara, sem escrúpulos e sem identidade, que tem medo de assinar o que escreve e mostrar a cara para bater. Esses “Fakes” (termo em inglês para Falso). Mas volto ao tema após uma matéria publicada no jornal “Última Notícia”, na edição passada – muito bem elaborada por sinal -, cuja pauta foi exatamente sobre esse caso, usado para tecer críticas na política em João Monlevade. E foram citados dois exemplos, cujos “Fakes” usam os nomes em imagens de outras pessoas, sendo uma delas do ex-deputado estadual pela Bahia, Renato Costa, “identificado” como Reginaldo Ferreira; e a outra usando o codinome de Gisela Santos e o rosto da modelo paulista Jussara Tamaru, ambos integrantes do grupo “Transparência Monlevade”, que faz acirrada oposição ao governo do PSDB. Quanto ao fato de ser oposição ou não, é direito de cada pessoa ou grupo, mas usar na rede utilizando identidades falsas para atacar é muito fácil, prática de gente mesquinha e covarde.

Mas há outros “Fakes” agindo em nossa cidade, entre eles os “juvenais”, os “ricardos” etc. Todos que merecem apenas o nosso desprezo porque não têm dignidade e nem coragem para assumir os que escrevem. Ao longo dessas quase três décadas na área de Jornalismo, passando por jornais, revistas e emissoras de rádio, aprendi que somos responsáveis pelos nossos atos, palavras, falas e omissões. E uma das pessoas com quem trabalhei na Rádio Cultura, o polêmico Wilson Vaccari, sempre dizia que “o homem que escreve e fala tem de mostrar sua cara para também tomar porrada”. A pura realidade, porque criticar, jogar pedras e se esconder atrás dos muros é muito fácil. Usar de identidades falsas para fazer charges ofensivas, críticas pessoais, é coisa de canalhas, que têm medo do estar frente a frente com quem foi seu alvo. Teme o enfrentamento.

Pois bem, e fica o meu desabafo, sim, pois uma pessoa que não assume o que fala e nem assina o que escreve, não é digno. Assim como quem distribui um Apócrifo durante uma campanha eleitoral, cuja prática quase que 100% parte do grupo que está perdendo. Gente covarde. Nós, principalmente os formadores de opinião, profissionais da área de Comunicação, devemos estar atentos a esses pseudos-escrevinhadores, que se utilizam de outros rostos e outros nomes em prol de uma causa que, de tanto acreditarem nela, não têm nem mesmo a coragem e a hombridade de assumi-la, porque se trata de um movimento cuja principal proposta é de se fechar ao debate e acreditar apenas no que eles consideram o “politicamente correto”.
Comunas de meia pataca!

quarta-feira, 2 de outubro de 2013

O Livro sobre a vida e morte do Dr. Louis Ensch

O luxemburguês e a dama

O engenheiro, professor e escritor Marc André Meyers, 67, estará lançando seu mais novo livro em João Monlevade. Ele escolheu a nossa cidade para lançar sua mais nova obra literária não foi por acaso. Nascido em Belo Horizonte, foi aqui quem passou a infância, para onde se mudou com o pai, Henry Meyers, a mãe Mariana Meyers e os irmãos, quando o pai veio trabalhar na Belgo-Mineira, onde chegou a gerente da Usina. Depois formou-se em Engenharia pela UFMG e, desde 1988, é professor de Ciência de Materiais na Universidade da Califórnia, San Diego, nos Estados Unidos.

O livro “A Dama e o Luxemburguês” narra a trajetória de vida e morte do engenheiro luxemburguês Louis Jaques Ensch, e de sua esposa. Dr. Ensch, como era conhecido pelos operários das usinas de Monlevade e Sabará, foi o principal responsável pela instalação da Belgo-Mineira na cidade, cuja pedra fundamental foi lançada em 31 de agosto de 1935. Falecido em setembro de 1953, em Luxemburgo, fez um último pedido: ser sepultado em João Monlevade, no que foi atendido pela esposa, que o acompanhava na viagem. Assim, veio de navio até o Rio de Janeiro e de lá pela estrada de ferro até Monlevade, sendo enterrado no histórico cemitério dos escravos, localizado próximo ao Social Clube, Bairro Vila Tanque. Mas sua morte até hoje é um mistério, e Marc Mayer narra isso em sua obra literária, em detalhes, Tudo faz-se entender que Dr. Louis Ensch suicidou-se e na ocasião deixou duas cartas: uma para sua companheira e outra para o Dr. Albert Sharlé, que foi seu sucessor no comando da Usina em João Monlevade.

Durante os anos que resgato a história de João Monlevade, através do “Morro do Geo”, e nas palestras que faço nas escolas do município, sempre me preocupo quando falo sobre a morte de Louis Ensch, pois sempre tive a impressão de que ele não teve morte natural. Afinal, é difícil imaginar que alguém possa deixar uma carta, com um pedido, sem que tenha a sensação que está para se despedir. Portanto, vale muito a pena ler a obra literária do Marc Mayers.

Capa do Livro, que retrata os bailes da época de glamour em João Monlevade, entre os anos 1940 e 50, após a inauguração do Hotel Cassino