segunda-feira, 13 de maio de 2013

Monlevade: a terra onde seus próprios filhos não querem a cultura

Flagrante de uma das noites no Emporio Wine Bar: vizinhos sempre elogiaram o Monlevade 

Monlevade conta com alguns processos que nos fazem crer que algumas pessoas não querem que ela seja uma cidade feliz. Demonstração de intolerância, incapacidade de discernir o permitido do absurdo. Aqui são permitidos que motoristas imbecis trafeguem pelas três principais avenidas de Monlevade (Getúlio Vargas, Wilson Alvarenga e Armando Fajardo) em seus carros com o som a todo volume, provocando a maior aberração em nível de poluição sonora. Com um agravante: o gosto musical da pior qualidade. Aqui são permitidos que carros-volantes trafeguem pelas áreas comercial e residencial, fazendo propagandas com o som ligado a toda altura, sem nenhuma fiscalização. E nós, cidadãos, somos obrigados a conviver com este barulho. Com estas merdas sonoras. 

Pois é, mas quando se faz uma boa música, um bom som, uma atividade cultural, a turma de pijama pira. Um exemplo: o bar “Sr. Butiquim”. Nunca fui. Nem conheço seu proprietário. Nunca o vi mais gordo e se o ver nem sei de quem se trata. Mas é uma casa que tem feito um excelente trabalho em nível de “Música de Bar”, trazendo muita coisa boa, tanto em nível de MPB como em samba de raiz. Mas a turma começou a pedir que a casa feche, porque estão sendo incomodados. Não quero aqui tomar partido, mas será mesmo que aquele som incomoda tanto aos moradores do Satélite? E, se estiverem mesmo causando transtorno ao sono alheio, que se faça um acordo. Não pode é fechar uma Casa com uma proposta tão interessante, enquanto tantas porcarias poluem muito mais os nossos tímpanos.

Outro exemplo vai ser um caso até pessoal. Após três meses com o amigo Rômulo Ras, promovendo o "Sarau: Bate-Papo Cultural", no Emporio Wine Bar, ali na Castelo Branco (hoje o point noturno da cidade), durante o ano passado, decidi retornar com o projeto este ano. Foi um momento único e que agradava até mesmo a vizinhança que, mesmo não marcando presença semanalmente, estava elogiando a nossa proposta. Sempre às quintas-feiras, entre a música do Rominho e um bate-papo com algum ativista cultural, das 21 horas à meia-noite. Um som dentro dos decibéis permitidos, sem agressão aos tímpanos e sem incomodar o sono de ninguém. Também pela qualidade musical e o nível do som.

Mas, infelizmente, pelo visto, o projeto - que decidi retornar no último dia 30 de abril, com a presença do músico Julinho Domingues e convidados -, pode estar com os dias contados. É que se mudou para o prédio onde funciona o Emporio Wine Bar uma nova moradora - precisamente uma delegada de Polícia (que retornou à sua cidade-natal) -, e se diz incomodada com o som. No entanto, já mantive contato com os proprietários da Casa e tenho a intenção de dar continuidade ao projeto. Inicialmente pretendemos requerer da Prefeitura a medição dos decibéis para que possamos atuar dentro da legalidade, sem incomodar os moradores.  Afinal, a lei do silêncio (que tanto apregoam) não começa às 22 horas. Ela pode ter início as duas, três ou quatro horas da tarde, desde que esteja o som acima do nível permitido. E, desde que esteja dentro do procedimento normal, nada a ver tocar um som de buteco até 11 da noite.



Numa das noites do Emporio, com os convidados o músico Tó Vilela e o jornalista Márcio Passos, entre amigos e público presente


No dia da presença do  professor, escritor e historiador Geraldo Eustáquio Ferreira, "Dadinho"


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