sexta-feira, 19 de abril de 2013

A omissão do nosso “Chefe” pode ser considerada crime. Por que não?


Ainda não havia parado para refletir sobre esse lado, mas a omissão do nosso “Chefe” pode sim ser considerada um crime. E quando falo em chefe, refiro-me ao cidadão que foi eleito, pelo voto direto que provém do povo, do munícipe, par dar rumo à nossa cidade, ao nosso município. E, em quase quatro meses de administração, ou seja, exatos 109 dias de governo, o lugar que eu, você e nós moramos encontra-se neste estado de abandono, de calamidade, um lixo aos olhos de quem quer enxergar. Nunca na história política de nosso município um prefeito foi tão omisso em se tratando de limpeza pública e obviamente da saúde pública (porque uma é ligada diretamente à outra), e pode sim ser considerado responsável em caso de ser registrado um óbito proveniente da doença provocada pelo mosquito Aedes. Afinal, ela ocorre em conseqüência da sujeira, dos entulhos que estão espalhados pela nossa João Monlevade. Por todos os cantos, em todas as ruas de todos os bairros. Não estou aqui tirando a culpa da população, que também é irresponsável em não cuidar muitas vezes de seu próprio quintal e deixar água parada se acumulando. E também este povo que joga lixo pelas vias públicas como se fosse privada de suas casas. Mas, também não se pode admitir que um prefeito - alegando problemas financeiros – deixe a cidade ao Deus dará como tem sido nesses meses. E no maior desrespeito à população e aos seus eleitores, contrata após 100 dias de governo, um mísero quadro de 70 pessoas para limpar a sujeira desta cidade, entre mato, entulhos e todo tipo de porcaria. Nem 200 homens seriam suficientes diante desta imundície urbana. A dívida deixada pela Prefeitura de Ipatinga ultrapassa os 200 milhões de reais e a primeira medida tomada pela prefeita Cecília Ferramenta, ao assumir a sua cadeira de chefe do Executivo, foi mandar limpar a cidade.

Pois é, mas conversava que mantive na manhã de hoje com o amigo Francisco de Paula Santos, popular “Barcelona”, ele fez este alerta. “Marcelo, qualquer cidadão de nossa cidade que morrer por causa da dengue, seus familiares terão o direito de processar o município. Afinal, olhe a sujeira de nossa cidade e o nosso prefeito não tomou nenhuma atitude para conter o avanço da doença. Afinal, o que foi feito de prático neste sentido, a não ser campanhas e panfletagem? Portanto, estamos abandonados, a cidade está abandonada”. E, fazendo uma análise fria, o amigo está coberto de razão. Estamos no mês 4, com 109 dias de governo, e ainda querem culpar o que o ex-prefeito Gustavo Prandini de Assis deixou de fazer ou fez de errado. Não interessa mais, porque quem assumiu a cadeira, senhor Teófilo Torres, já conhecia a situação da Prefeitura. E querer justificar que uma dívida – segundo o contabilista e ex-secretário de Fazenda do município, Delci Sérgio Couto, gira em torno de R$ 5 milhões – tenha impedido a Prefeitura de contratar - por exemplo - 100 homens no primeiro mês de seu governo para promover uma faxina geral na cidade, é tentar ludibriar a população. O povo, senhor prefeito, que somos eu, você e nós, está reivindicando apenas uma cidade mais limpa e conseqüentemente, mais desenvolvida e mais sadia, com mais qualidade de vida aos seus munícipes. Como era usada a famosa frase no governo do saudoso ex-prefeito Lúcio Flávio de Souza mesquita, de que “Povo desenvolvido é Povo limpo”. Isso na década de 70, quando Monlevade respirava limpeza que era mantida pelas “abelhinhas” (um grupo de mulheres uniformizadas que limpavam as ruas da cidade). Monlevadenses de minha geração se lembram muito bem daquele período.

Então, só para encerrar, o povo quer comida, diversão e arte. Mas quer também poder andar entre calçadas, fazer suas caminhadas, em local seguro, sem medo de encontrar uma cobra, uma caranguejeira e até mesmo um lobo. O povo nem está cobrando tanto a falta de remédios nos postos de saúde e nem a carência de profissionais da saúde, mas apenas limpeza. No mais, eu ainda fico com “a pureza da resposta das crianças, porque é bonita”, como diria um de meus ídolos, Luiz Gonzaga Júnior, o Gonzaguinha.


Estado da cidade é de calamidade

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