quarta-feira, 12 de junho de 2013

Wilson Vaccari: um pouco de sua trajetória e sua obra

O ex-vereador e ex-presidente da Câmara Municipal de João Monlevade, Wilson Vaccari, 79 anos, faleceu por volta das 22 horas dessa terça-feira, 11, e seu sepultamento ocorrerá hoje, às 16 horas. O féretro sairá do Velório Municipal, onde o corpo está sendo velado, atendendo a um pedido do próprio Vaccari.

Vaccari era natural de Barão de Cocais, de onde saiu para seguir a carreira futebolística. Chegou a jogar no Bangu, Flamengo e em equipes de países da Europa. Depois retornou e fixou residência em João Monlevade, onde sempre teve participação ativa na política. Foi relações públicas nos governos dos ex-prefeitos Antônio Gonçalves e Germin Loureiro, e depois se candidatou a vereador, nas eleições municipais de 1972, sendo eleito. Em 1976 não conseguiu se reeleger, mas tomou posse em 1978, como suplente, em lugar do vereador Alaor Silveira. Nas eleições de 1982 foi reeleito, onde encerrou seu mandato de legislador e presidente da Câmara Municipal, em dezembro de 1988. Entre esse período, no entanto, era ele o coordenador e apresentador dos festivais da canção que eram realizados no ginásio do Grêmio Esportivo Monlevadense, bem como também dos carnavais de rua.
Sempre polêmico e sem medo de medir as palavras, marcou também sua trajetória na imprensa monlevadenses, onde trabalhou na Rádio Cultura ainda nos tempos que a emissora pertencia à Belgo-Mineira, na década de 60, e depois comandou, junto comigo, entre os anos de 1997 a 1999, o programa vespertino “Plantão Cultura”, que ia ao ar pela emissora e tinha grande audiência. Fazíamos um programa jornalístico recheado de entrevistas, muita polêmica e irreverência, sempre com pitadas de muito humor. Vaccari ainda criaria o jornal “O Mistifório”, sempre combativo e que era a cara de seu dono. Batia por todos os lados, mas também elogiava quando precisava. E, mesmo com problemas de saúde devido à sua Diabetes, e praticamente sem visão em razão do glaucoma, não parou de escrever e dar suas marretadas. Com ajuda da esposa, entrou no mundo virtual e criou, há dois anos aproximadamente, o seu Blog, do papel ao Monitor, “O Mistifório”.

Mesmo diante de nossas diferenças, uma coisa o Vaccari levará como seu legado, o de sempre defender e valorizar os valores de nossa terra, entre artistas e profissionais. Como disse o nosso amigo em comum, radialista Geraldo Cardoso, ele era um cara que, mesmo exagerado às vezes, pulsava em suas veias a vontade de sempre lutar e defender a sua cidade, com quem tinha um amor incondicional. Era verdade, e fui testemunho disto por várias vezes. Não morria de amores por ele e nem ele por mim, mas sempre nos respeitamos e tínhamos alguma coisa em comum: ser polêmico, fazer um jornalismo sem medo e amar João Monlevade. Vaccari, ou o amava ou o odiava. Não tinha meio termo. E aprendi muito com ele durante a nossa parceria na Rádio Cultura.

A sua obra aqui deixada, o imortaliza!

Wilson Vaccari deixa a esposa, Margareth Vaccari, seis filhos com a primeira esposa, Coramar Alves, e sete netos.

Um Festival da Canção realizado no ginásio do grêmio, em 1971, onde Vaccari foi o coordenador e apresentador. Ele aparece ao lado do maestro Luciano Lima, vencedor naquele ano, e integrantes do Grupo Musical “Monson”, que interpretou a canção, entre eles Zé Paulo, Waltinho e Bodão

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