quinta-feira, 20 de junho de 2013

O Brasil mudou e não é mais o "País das Chuteiras"

Como é bom reparar na mudança de nosso velho/novo país tupiniquim! O Brazil que lá fora é conhecido como “o país do samba, do carnaval e do futebol”. Sem falar nas mulatas gostosas... Da ladroeira dos nossos políticos e da corrupção. Há os que ainda acham que a nossa capital é Buenos Ayres. Mamamia!

Pois é, mas o nosso país está mudando. Durante a Copa de 1970, tinha eu meus 11 anos, mas lá em casa, na Vila, havia uma Inelka, uma grande Televisão em preto e branco, e acompanhei a todos os jogos daquela Copa. À exceção da partida contra a Inglaterra, em que ganhamos de um a zero, gol de Jairzinho, após uma jogada sensacional de Tostão que, depois de driblar dois zagueiros, agachado, deu um passe para Pelé e este tocou para o “Furacão” balançar as redes. E depois batemos Peru (4 a 2), Uruguai (3 a 1) e na grande final, goleamos a Itália por quatro gols a um.  Cantávamos “90 milhões em ação, pra frente Brasil, salve a seleção”... Era o coro que agradava a ditadura militar do mais cruel de todos eles, o presidente da República, Garrastazu Médici. Na época do chamado “Milagre Econômico”, que propiciou um ótimo crescimento econômico, mas nas questões sociais houve pouquíssima distribuição de renda, estando o crescimento econômico concentrado nas mãos de poucos, o que geraria o aumento da miséria no Brasil. Mas eu, criança, nem imaginaria o que viria a descobrir alguns anos depois.

Pois é, mas estávamos na década de 80 e eu com meus vinte e poucos anos. Ainda no regime militar, porém mais brando. Já tinha se ido Médici e o AI-5 de Ernesto Geisel. Lembro-me que fui assistir a um filme nacional, chamado “1970” e, entre os protagonistas, Antônio Fagundes. Ele traçava um paralelo do que tinha ocorrido naquele fatídico ano de 1970, enquanto toda a massa brasileira estava na onda da Copa do Mundo no México, virando as costas à realidade de seu próprio país, o presidente Médici e os porões da ditadura mandavam torturar e matar. Muita gente estava desaparecida, entre ativistas culturais, intelectuais, jornalistas. O Brasil vivia a febre em busca do tri-campeonato, conquistado no estádio de Guadalajara. E o país parou e pirou. Éramos o país das chuteiras durante o milagre brasileiro.



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