sexta-feira, 14 de junho de 2013

A novela de uma duplicação. Um basta aos políticos que usam as vítimas da 381 como palanque político

O povo anda tão descrente – e com toda razão – que, mesmo tendo se realizado ontem o processo de licitação e abertura dos envelopes para duplicação da BR-381, no trecho de 303 Kms, entre Belo Horizonte a Governador Valadares, ainda duvida que a obra saia do papel. Mesmo com a confirmação do Dnit de que ela terá início em agosto próximo e que até a próxima terça-feira todas as empresas a participarem do consórcio serão conhecidas para assumir os lotes licitados, todos nós ainda estamos com um pé atrás. E a certeza somente virá após a obra ser toda concluída, porque de promessas já estamos de saco cheio.

Pois é, mas pelo que tenho conhecimento e o que rola nos bastidores, a obra não começará pelo trecho considerado o mais perigoso. E nem precisamos citá-lo. As informações dão conta de que os primeiros lotes serão iniciados em Governador Valadares até Belo Oriente. Mas há também os que afirmam que outros trechos – entre eles entre Belo Horizonte a João Monlevade – terão início das obras paralelamente. Vamos torcer para que este segundo plano seja o correto, porque é improcedente começar a duplicação exatamente no trecho onde os acidentes ocorrem em uma escala muito inferior do que na estrada da carnificina, que são os 112 Kms até BH.

Ainda falando em duplicação, não deixarei de tecer meu comentário sobre a maneira medonha e calhorda de alguns políticos, que querem se aproveitar da situação. Sinceramente, mas fico horrorizado com a forma de se fazer dessa obra tanta politicagem – que sai com um atraso de no mínimo de 20 anos e às custas de muitas vidas ceifadas -, como pratica o ex-diretor do Dnit, hoje deputado federal e secretário do governador Antônio Anastasia, senhor ex-delegado de Polícia, Alexandre Silveira. Rico (só ir a Ipatinga e conhecer um novo bairro que está sendo construído na cidade do Vale do Aço, chamado “Nova Caratinga”), que se aproveitou das benesses do PT – através do ex-deputado João Magno – e agora do PSDB, nada fez em prol da duplicação da BR-381, quando diretor do Dnit, a não ser discursos furados e politicagem. Políticos que usam das vítimas dessa rodovia como palanques políticos. Tanto que, graças a obras para maquiar a nossa rodovia, foi eleito deputado federal nas eleições de 2006 e reeleito em 2010. E hoje, após decisão da presidente Dilma Roussef – bom lembrar que FHC e Lula foram omissos na questão desta obra de vital importância -, quer se tornar o protagonista de uma novela que parecia não ter fim. Fica aqui o meu repúdio e a minha indignação.

E, só para terminar, é bom lembrar que a duplicação da BR-381 não virá apenas para evitar tragédias, mas também por trafegar por ela uma parte considerável do PIB mineiro. Cada ano sem a duplicação representa bilhões de reais em investimentos e em empregos indo pelo ralo. A infra-estrutura com certeza irá atrair investimentos, mais até que os incentivos fiscais, de uma região. A 381 pode representar tanto um corredor da morte quanto um corredor de desenvolvimento. Basta o investimento pela sua modernização para que a segunda opção se faça presente.

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