Corporação Musical Monlevade, sob a regência do Maestro Caldeira (à esquerda), em foto feita nos anos 1960, durante um Festival realizado na cidade de Diamantina. Uma tradição na cidade
Finalmente as corporações musicais de João Monlevade poderão respirar
mais aliviadas e não mais ficar pedindo esmolas para que possam continuar levando
aos quatro cantos esta atividade tão sublime e tradicional, como são
consideradas as Bandas de Música. E Monlevade sempre foi um celeiro de ótimos
talentos, passando de geração a geração. Tudo depende apenas da votação da nova
LDO – Lei de Diretrizes Orçamentárias -, através de um Ante Projeto de autoria
do vereador Vanderlei Miranda, que concede Subvenção às Corporações Musicais
Monlevade, Guarani e São Luiz Maria de Monfort. De acordo com a matéria, a ser
votada esta semana, a lei tem por finalidade garantir o apoio financeiro às
bandas. Dessa forma, a partir deste mês de junho cada uma das corporações
receberá o valor mensal de R$ 2 mil, para ajudar ao menos na manutenção e aquisição
de novos instrumentos. O valor não é ainda o suficiente para manter as bandas,
já que há gastos em transportes, principalmente em viagens para cidades onde
ocorrem festivais. Mas, já é um primeiro passo dado pelo vereador.
A medida virá em ótima hora. Um dos músicos mais antigos e amantes desta
bela arte, Júlio Domingues, popular “Julinho”, em conversa que manteve comigo,
ao lado do filho e também músico, Dr. Wildes, em abril passado, dizia
exatamente sobre a falta de compromisso do poder público para com as
corporações musicais da cidade. Ele chegou a fazer um desabafo, quando coordenei
um Sarau em sua homenagem, no último dia 30 de abril, tecendo duras críticas
pelo descaso com os músicos que lutam para manter viva esta tradição. Segundo
Julinho, muitos se sacrificam porque são obrigados a pagar passagens dos
próprios bolsos para comparecer aos ensaios e até mesmo nas festividades, sem
condições para isto. Portanto, chega em muito boa hora esta lei, mas que fique
bem claro: não estão fazendo favor algum às nossas bandas de música, as
tradicionais “Furiosas”, como dizia o saudoso Antônio Gabriel de Araújo, um
apaixonado pela arte. Afinal, tal projeto chega com muito atraso, mas parabéns
ao Vanderlei Miranda pela iniciativa.
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