Vista aérea do Bairro Vila Tanque nos anos 1950
Poderia dividir os
temas acima em quatro diferentes matérias, em crônicas, talvez. Mas optei em
escrevinhar de forma conjunta, mesmo porque meu estado clínico hoje não é dos
melhores por passar por uma cirurgia dentária um tanto dolorosa. Mas,
felizmente, nas mãos de um grande profissional e gente da melhor qualidade, o
odontólogo José Carlos. E por isso está dando até para me colocar em frente ao
meu Computador e escrever algumas linhas.
Falar da gente, como
diz o amigo e crítico Joel Linhares, é realmente uma coisa pedante aos ouvidos
e aos olhares do receptador. Aliás, uma das coisas mais chatas é você estar do
lado de uma pessoa e ficar ouvindo o tempo todo ela se auto-elogiando ou
contando vantagens. Meu Deus, quanta mala desse tipo há no mundo! Já perdi a
conta. Mas deixa pra lá... No entanto, não irei aqui falar de minha pessoa,
para felicidade do Joel (rs). E também do Tobias, outro leitor assíduo e grande
amigo aqui do Blog. Mas, para chegar à 381, ao meu livro, à Usina e a
Monlevade, começo pela 1ª pessoa do singular: eu.
Por ter nascido e sido
criado nesta terra onde o minério de ferro sempre foi a nossa maior riqueza, e
sido testemunho das coisas boas e ruins que aqui aconteceram – mesmo quando
estive fora por um curto período de sete anos -, também me sinto no direito de
falar bem e mal desta cidade; amá-la e odiá-la, porque esses dois sentimentos
estão muito próximos. Assim, com a mesma doce ilusão de que um dia esta cidade
poderá mudar, evoluir culturalmente e não viver os ranços políticos que não
levam a nada, creio na duplicação dessa assassina rodovia, cujas mortes em
quase 90% dos casos ocorrem por culpa de nós, mortais motoristas, imprudentes
ou não. Assim como quero acreditar que a duplicação agora confirmada pela alta
cúpula da ArcelorMittal – este indiano que chegou para apavorar todo o canto
que pisou ao assumir uma usina siderúrgica (e com Monlevade parece que o
espanto está sendo ainda maior) não somente construirá um novo Laminador e que
aumentará a receita do município em até R$ 50 milhões a partir de 2016, mas
também um novo Alto-Forno. Afinal, este que ai está tem vida útil no máximo até
o ano de 2015. Do contrário, irá reduzir drasticamente o quadro de operários na
usina de Monlevade. Isto é fato, pois os tarugos virão de outras unidades. E do
que vale um município mais rico e um povo menos empregado? Portanto, acho graça
de nossos políticos, quando parecem comemorar um gol, mas contra.
Assim caminha a minha,
a sua e a nossa Monlevade. Ah, e meu livro? Felizmente, está indo bem e,
justamente para terminá-lo mais em paz, estarei me ausentando desta cidade por
alguns poucos meses, mas sempre passando por aqui, quinzenalmente, pelos
compromissos assumidos na vizinha e terra natal de meu pai e meus avós
paternos, Rio Piracicaba. Aliás, é lá que todos estão sepultados, além de minha
saudosa mãe, Dona Geralda. A minha segunda Mátria, com toda certeza. E irei por
aqui, sempre pensando em ti, João Monlevade, que um dia não terá lado verde e
nem lado vermelho. Nem terá políticos arcaicos e essa política de interesses
muito mais umbilicais do que para com uma comunidade. Com a graça de Deus,
espero ir e voltar em paz.
Minha cidade velha e nova
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