Nós, monlevadenses,
corremos sérios riscos de ter a nossa empresa-mor seguindo os passos de sua co-irmã
na cidade de Sabará, onde hoje são empregados apenas 300 metalúrgicos. Isso em
razão da política adotada pela alta cúpula da ArcelorMittal de abandonar de vez
o projeto de expansão da Usina de Monlevade, cuja obra estaria marcada para ser
iniciada em 2007. No entanto, em razão da crise econômica que assolou os
Estados Unidos, em 2008, somente se iniciaram em 2010. No entanto, o mesmo caos
se expandiu para o Velho Continente, há dois anos, o que acabou provocando a paralisação
das obras. E, como essa justificativa, quem pode sofrer as conseqüências somos
nós, ou seja, toda a população de João Monlevade. Isso é a comprovação maior da
falta de compromisso da empresa dirigida pelo indiano Lakshmi Mittal para com a
nossa cidade, que pode fazer com que a Usina tenha uma redução drástica em seu
quadro de funcionários, hoje em torno de 1.200 operários.
De acordo com informação
dado pelo próprio presidente do Sindicato dos Metalúrgicos, Luiz Carlos da
Silva, o “Beiço”, existe um
documento datado de outubro de 2012 que mostraria que a ArcelorMittal propõe
construir apenas um novo laminador na unidade local. Com isso, o projeto de
expansão seria abandonado e a empresa passaria a adquirir o aço bruto da
Companhia Siderúrgica Tubarão, no Espírito Santo. Apenas a finalização do
produto seria feita em Monlevade. “Beiço” também informou que a nova
proposta da empresa reduziria o número de funcionários. Ele lembrou que a
duplicação da Usina seria algo positivo, já que um emprego direto equivale a
seis indiretos. “Temos um documento em mãos e não podemos deixar isso guardado”,
concluiu.
Um encontro entre o dirigente sindical e vereadores ocorreu
na última sexta-feira para debater o assunto e está sendo agendado agora um
encontro com o prefeito Teófilo Torres. Para o presidente do Legislativo, Guilherme
Nasser, é preciso também marcar uma reunião com a direção da empresa nos
próximos dias e, posteriormente, uma nova data para a realização da audiência
pública que seria realizada no último dia 4, mas foi adiada.
Dentro desse quadro, é preciso que toda a comunidade monlevadense
esteja envolvida nessa luta para que depois não se chore o leite derramado. O
que a direção da ArcelorMittal tem feito é simplesmente desrespeitar a nossa
história e do que sempre representou a Belgo-Mineira para o município. E não
pode simplesmente abandonar a Usina local, construindo uma nova Aciaria e um
novo Alto-Forno nas unidades de Juiz de Fora e Vitória. Os operários que
ajudaram a construir esta Usina merecem respeito, assim como a nossa
comunidade.
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