Ainda não havia parado
para refletir sobre esse lado, mas a omissão do nosso “Chefe” pode sim ser
considerada um crime. E quando falo em chefe, refiro-me ao cidadão que foi
eleito, pelo voto direto que provém do povo, do munícipe, par dar rumo à nossa
cidade, ao nosso município. E, em quase quatro meses de administração, ou seja,
exatos 109 dias de governo, o lugar que eu, você e nós moramos encontra-se
neste estado de abandono, de calamidade, um lixo aos olhos de quem quer
enxergar. Nunca na história política de nosso município um prefeito foi tão
omisso em se tratando de limpeza pública e obviamente da saúde pública (porque
uma é ligada diretamente à outra), e pode sim ser considerado responsável em
caso de ser registrado um óbito proveniente da doença provocada pelo mosquito
Aedes. Afinal, ela ocorre em conseqüência da sujeira, dos entulhos que estão
espalhados pela nossa João Monlevade. Por todos os cantos, em todas as ruas de
todos os bairros. Não estou aqui tirando a culpa da população, que também é
irresponsável em não cuidar muitas vezes de seu próprio quintal e deixar água
parada se acumulando. E também este povo que joga lixo pelas vias públicas como
se fosse privada de suas casas. Mas, também não se pode admitir que um prefeito
- alegando problemas financeiros – deixe a cidade ao Deus dará como tem sido
nesses meses. E no maior desrespeito à população e aos seus eleitores, contrata
após 100 dias de governo, um mísero quadro de 70 pessoas para limpar a sujeira
desta cidade, entre mato, entulhos e todo tipo de porcaria. Nem 200 homens seriam
suficientes diante desta imundície urbana. A dívida deixada pela Prefeitura de
Ipatinga ultrapassa os 200 milhões de reais e a primeira medida tomada pela
prefeita Cecília Ferramenta, ao assumir a sua cadeira de chefe do Executivo,
foi mandar limpar a cidade.
Pois é, mas conversava que
mantive na manhã de hoje com o amigo Francisco de Paula Santos, popular “Barcelona”,
ele fez este alerta. “Marcelo, qualquer cidadão de nossa cidade que morrer por
causa da dengue, seus familiares terão o direito de processar o município.
Afinal, olhe a sujeira de nossa cidade e o nosso prefeito não tomou nenhuma
atitude para conter o avanço da doença. Afinal, o que foi feito de prático
neste sentido, a não ser campanhas e panfletagem? Portanto, estamos
abandonados, a cidade está abandonada”. E, fazendo uma análise fria, o amigo
está coberto de razão. Estamos no mês 4, com 109 dias de governo, e ainda
querem culpar o que o ex-prefeito Gustavo Prandini de Assis deixou de fazer ou
fez de errado. Não interessa mais, porque quem assumiu a cadeira, senhor
Teófilo Torres, já conhecia a situação da Prefeitura. E querer justificar que
uma dívida – segundo o contabilista e ex-secretário de Fazenda do município,
Delci Sérgio Couto, gira em torno de R$ 5 milhões – tenha impedido a Prefeitura
de contratar - por exemplo - 100 homens no primeiro mês de seu governo para
promover uma faxina geral na cidade, é tentar ludibriar a população. O povo,
senhor prefeito, que somos eu, você e nós, está reivindicando apenas uma cidade
mais limpa e conseqüentemente, mais desenvolvida e mais sadia, com mais
qualidade de vida aos seus munícipes. Como era usada a famosa frase no governo
do saudoso ex-prefeito Lúcio Flávio de Souza mesquita, de que “Povo
desenvolvido é Povo limpo”. Isso na década de 70, quando Monlevade respirava
limpeza que era mantida pelas “abelhinhas” (um grupo de mulheres uniformizadas
que limpavam as ruas da cidade). Monlevadenses de minha geração se lembram
muito bem daquele período.
Então, só para
encerrar, o povo quer comida, diversão e arte. Mas quer também poder andar
entre calçadas, fazer suas caminhadas, em local seguro, sem medo de encontrar
uma cobra, uma caranguejeira e até mesmo um lobo. O povo nem está cobrando
tanto a falta de remédios nos postos de saúde e nem a carência de profissionais
da saúde, mas apenas limpeza. No mais, eu ainda fico com “a pureza da resposta
das crianças, porque é bonita”, como diria um de meus ídolos, Luiz Gonzaga
Júnior, o Gonzaguinha.
Estado da cidade é de calamidade
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