quinta-feira, 15 de agosto de 2013

Mais uma homenagem que a Câmara inventa!…

Realizou-se na noite de ontem mais uma daquelas solenidades que o povo deve esquecer. Ou seja, mais uma homenagem sem muita razão de ser é sacramentada pela Casa Legislativa de João Monlevade, em proposta cujo autor foi o nobre edil Telles Guimarães, que se auto-apelidou de “Superação”, talvez por ingenuidade ou humildade. Ninguém pode descrever ao certo (rs). Mas, sem se esquecer de que o projeto foi votado e aprovado na Sessão do dia 17 de abril de 2013, pelos demais vereadores, que no caso foram cúmplices na homenagem. O evento se deu durante a reunião ordinária de ontem, onde foi feita a entrega do Título de Cidadão Honorário do município de João Monlevade ao comerciante José Roberto Fernandes.

Eu quero deixar bem claro que nada tenho contra o José Roberto, longe disto. E também esclarecer que ele não tem culpa alguma de receber o título que, com certeza, é uma honra para ele. Responsabilizo aqui o autor da matéria e os demais edis que votaram favoráveis a ela. É preciso que as nossas autoridades sejam mais prudentes quando forem prestar alguma homenagem, porque do contrário elas perdem um pouco do valor. E isso não é privilégio dos políticos de nossa cidade, porque, para dar um exemplo apenas, até o Ronaldinho Gaúcho já recebeu o título na Câmara de Vereadores de Belo Horizonte. Isso, em minha opinião, é uma afronta aos que realmente são merecedores desse tipo de homenagem e às pessoas que são de fato quem fazem a história de uma cidade, através de suas obras. Não podemos repetir mais casos como do proprietário da Gontijo e do “Zé das Couves”, porque a coisa se torna uma coisa comum.

E, só para encerrar, até acredito que na maioria das vezes os homenageados foram merecedores dos títulos que receberam, mas vamos valorizar mais o diploma ou a placa. Ou senão outros farão como o ex-vereador e jornalista Wilson Vaccari que, ao receber o título de Cidadania Honorária de João Monlevade, no final da década de 90, fez questão de devolvê-lo por considerar que chegou muito tarde e por terem recebido também pessoas sem história na cidade.

Portanto, mais cuidado com as injustiças, mesmo porque monlevadenses ilustres como o grande comerciante e um senhor de um currículo invejável no trabalho voluntário, Emílio Gonçalves; e a professora e pessoa maravilhosa, generosa e de um trabalho educacional impressionante, a saudosa Dona Petiche, já tiveram seus nomes esquecidos em solenidades passadas. Felizmente, o erro foi reparado. Quem faz a história de um lugar é o povo que luta e vive por ele.

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